segunda-feira, 14 de julho de 2014

Um longo argumento vai virar livro!

Caros amigos,

Finalizei minutos atrás a revisão, ampliação e atualização de alguns dos ensaios publicados neste blog. Eles farão parte de um breve livro de ensaios, intitulado O hipopótamo de Tal: reflexões sobre o conhecimento científico. Tão logo eu tenha informações mais concretas sobre o lançamento - que deve acontecer no segundo semestre de 2014 - eu postarei aqui. A introdução é a que segue:


Hipopótamo de Tal: reflexões sobre o conhecimento científico

Introdução
Este livro começou a ser escrito há exatamente dez anos, quando publiquei, pela primeira vez, uma série de artigos científicos em um jornal da cidade de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo. Apesar da pequena tiragem do semanário, por alguns meses pude exercitar a divulgação das bases do raciocínio científico para um público não especializado. Continuei esse exercício quando lancei meu blog “Um longo argumento”, em meados de 2007. Nele tenho escrito ensaios sobre diversos aspectos da biologia evolutiva, da filosofia da ciência e da educação científica, buscando levar a minha perspectica sobre esses assuntos para os leitores que tenham paciência de meu ouvir. As primeiras versões dos textos do presente volume podem ser encontradas lá.

Meu interesse pela divulgação científica é muito anterior à qualquer tipo de educação formal em ciências. Eu era apaixonado pela revista Superinteressante no seu início (foi lançada em setembro de 1987 e vinha encartada na Playboy, que meu pai assinava e disponibilizava para os clientes no seu salão de cabeleireiro). Em 1990, entrei em contato com o saudoso e genial Isaac Asimov através da versão brasileira da Isaac Asimov Magazine, publicada pela editora Record (e que, infelizmente, durou apenas 25 números). Lembro-me que, para comprar o volume de estréia – por muitos anos eu só tive os três primeiros! – eu enganei minha mãe dizendo que precisava muito daquela revista para levar para a escola e que, se eu não fizesse, talvez ficasse de recuperação...

Ao final do colegial, escolhi seguir a carreira de Jornalismo. Estudei por um ano na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, mas não consegui me adequar à maneira como o conhecimento era tratado nas disciplinas (com algumas poucas exceções). Pouco antes de decidir largar o curso, li na biblioteca vários trechos do Biologia Evolutiva, um clássico das Ciências Biológicas escrito por Douglas Futuyma. Parecia o caminho a seguir. Menos de seis meses depois, eu me matriculava no curso de Biologia da Universidade de São Paulo. Mesmo assim, nunca deixei de gostar de comunicação. A oportunidade de escrever para um jornal, quando eu já estava na pós-graduação, uniu essas minhas grandes paixões intelectuais.

Durante toda a minha formação acadêmica, sempre tive um respeito absoluto pela figura do professor. Se hoje sou capaz de me expressar de forma minimamente coerente e apresentar ideias científicas através das minhas aulas e dos meus textos, devo muito aos vários mestres que cruzaram meu caminho. Alguns inesquecíveis, outros nem tanto, mas todos com alguma contribuição a dar. Aqui, agradeço especialmente aos professores Luis Evandro Tavares, Fernando Sérgio Zucoloto, Antônio Carlos Marques, Dalton de Souza Amorim e Nelson Papavero, que me apresentaram as bases do que será discutido neste livro de ensaios. E também agradeço a amigos e contemporâneos, hoje também mestres, que fizeram parte dessa jornada, direta ou indiretamente: Adolfo Ricardo Calor, Gustavo Acrani, André Eterovic, Fernando Gibran, Eduardo Almeida, Guilherme Ribeiro, Daniel Carretiero, Renato Capellari e Sarah Oliveira. O professor Gibran fez a revisão técnica do livro.

Finalmente, sou grato à minha esposa Patricia Kiss, minha incentivadora incansável, com sua mente artística e seu olhar para o detalhe. À ela dedico este livro.